SPOILER: O QUE SERIA O BRASIL DO "MERCADO"
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Revista Portocalis
Edição CLVI. Junho,
2029.
From Brasil to Brazill,
Baby!
Experimento Social
polêmico faz 10 anos.
Rosa Cansado
Netinho, presidente da Brailll Inc, durante entrevista
Às
vésperas da comemoração de 10 anos do mais novo país do mundo, Brazill. O
primeiro a ser 100% "Market-Friendly", administrado por uma empresa, Brazill Inc, entrevistamos Antônio
Guedes de Carvalho D’Or Neto.
Doutor Netinho,
como gosta de ser chamado, é presidente do Conselho da Empresa-País e
reconhecido como guru da reinvenção do país.
Em
uma conversa franca, entre a sede da empresa, na nova capital do país (ou headquarters,
na linguagem de Brazill, no Condomínio onde era a cidade Vinhedo), Netinho,
acompanhado de assessoras, falou a Portocalis,
sobre o sistema 100% privado, as polêmicas do experimento: ecologia, racismo, encarceramento
de milhões.
Os
leitores perceberão que o idioma em Brazill já se distancia do que chamamos Português. Mas, para preservar a
originalidade, não traduzimos nosso entrevistado.
Começou
em 1500. Vamos falar a verdade. Até tentamos, com vários caras, mas era tudo
muito counter-productive.
Um
rombo impagável. Previdência, demandas por saúde, educação, segurança,
mobilidade. Etc.
Pleitos
desmedidos, todo mundo, mesmo pobre e imprestável tinha direito. Um Dívida
Impagável, um passivo incalculável.
Não
havia saída. Ou só havia saídas para Miami, Lisboa, Londres,...
Não
havia solução dentro da caixa.
Estávamos
no Fasano e já na 3ª ou 4ª garrafa de Petrus. Eu, Joãozinho, já com guardanapo
na cabeça, Abílio, Pedro Paulo escutávamos meu primo, Paulinho, explicar sua
proposta de reforma da previdência.
Pedro Paulo,
bom de Matemática, pressionou e Paulinho admitiu: a conta só fecharia sem os
pobres. Muita mistura. Excesso de gente
diferenciada querendo coisa demais.
Então eu tive
um insight. I figure out: O problema
eram os assumptions: Cidadania,
Direitos, Igualdade, Sistema público, Estado, etc. Todos conceitos de séculos!
E coisa de grego! A Grécia é a zona que sabemos.
Esses conceitos
foram bons para algumas coisas? OK. Possibilitaram o Livre Comércio, o Iphone e
o Nespresso. Mas, já não performavam
mais. Precisávamos de novos assumptions para
Brasil.
Pensei:
O que funciona neste mundo? Empresa! Tudo que funciona bem é empresa. Certo? Famílias
bem-sucedidas são empresas. As igrejas que dão certo? Empresas. O crime organizado?
Empresa. Partidos bem-sucedidos? Empresas.
Por
que não entender que o país como uma empresa? E breaktrough!
Ali
mesmo eu redigi a nossa nova Constituição, toda inovadora. A primeira feita na
tela de um Iphone, a menor do mundo, a única realista.
CONSTIITUIÇÃO BRAZILL, ORIGINAL 1
Portocalis: - Brazzill?
Precisava atualizar, internacionalizar a marca. O mundo que
importa já dizia Brazil. Mas, meu
número de sorte é 7, então Brazill. So excited!
No paradigma empresa as perguntas mudaram. E ali na mesa
estavam os brains da elite. Foi só fazer uma lista: O que produzimos? Para quem
vendemos? Qual o lucro? Qual é o passivo? Qual a governança? The basic stuff, baby. O 101 de um Business.
Embalados a Tokaji Aszú
e panacotta, fizemos um rápido value assessment. O que tínhamos para vender? Duplas sertanejas,
youtubers e grupos de WhatsApp não rodavam. Pobres? Todos países já têm, e
sobrando. Bem, talvez Luxemburgo comprasse meia-dúzia. Mas, não rodaria.
A riqueza, o produto do Brazill era Real State. Terra. Mas, mal-usados. Quase 5 mil KM de área com
vista para o amr. Os morros do Rio? Lindos! Mas, cheios de pobres. Aquilo era
lugar pra um resort, não para favelas. Fazer um empreendimento tipo
Neo-Positano ali? Lucro certo.
6 milhões de KM2 de área fértil. Mas, tudo mal organizado.
Muita área verde decorativa, cheia de uns tipos que vivam no paleolítico.
Outras, que dariam para eucalipto, mesmo secas, tinha gente que comia cactos,
etc. Um horror.
Com uma reorganização, rodava.
Real State era a resposta.Mas, é uma área que drena muito. E,
todo mundo precisa de tempo para as coisas simples, que são as que valem a pena
na vida. Não? Jantarzinho com seu crush, no Eleven,
com os carrinhos amarelos de New York ao fundo: organizar um petit comité de best friends, em Como;
ou ficar contemplando as estrelas, em uma tenda no deserto de Dubai; ou ainda, somente
sentar na varanda vendo o sol se pôr, de uma suíte do Gritti, acompanhado de um
Apperol, emoldurado pelo Grande Canal de Veneza.
Naquela altura da vida, precisávamos de um business
equilibrado. Tínhamos terras, mas não queríamos perder a essência da vida. Realizei,
nossa vocação era para Asset Manager!
Tinham uns entraves de curto-prazo: Congresso, STF, Sindicatos,
etc. Precisaríamos de um impeachment duplo, de 5 ministros do STF, de
uns disparadores de fakenews, de uma emissora, mais uma provisão para contenção de adversários,
etc. Na mesa mesmo, Pedro Paulo, genius em matemática, fez as contas. Com 150
Milhões a gente comprava todo mundo que valia. E os que não valiam? Sumiriam por
muito menos, não faltava PM para freela de matador. Ficamos surpresos, o pacote de takeover era bem em conta. Ligamos
para uns poucos amigos de visão e confiança, dividimos a conta em, antes das 2
da manhã, o negócio estava selado e o funding de start-up fechado.
Nem 3 meses depois, já passamos para a fase da reestruturação.
Portocalis: - Então veio o Dia da Cobrança?
Basic, baby. Toda reestruturação começa pelo passivo. Primero:
a dívida.
Fizemos uma auditoria ilibada, por uma das empresas do
Paulinho. O resultado: 600 Bilhões debt e uns 400 Bi de liabity a 25 anos! Os fracos teriam
fugido para Turks. Nós não.
E muito da dívida era com pessoas de bem, fundos de
investimento. Fizemos a única coisa possível. Chamamos os sócios e dividimos a
dívida.
Portocalis: - E cobraram dos cidadãos?
O tal conceito de cidadania dizia que éramos todos iguais.
Certo? 101 novamente. 1 trilhão por 210 milhões de pessoas, que eram na época
os cidadões....
Portocalis: - Cidadãos..
Pouco importa, conceito antigo. Agora, temos sócios ou
usuários, somente.
O fato é que cada um deveria entrar com uns USD 5,000 de
funding para equilibrar as contas.
Lógico. Poderia abater do crédito. Quem tinha bonds e
recebíveis pode debitar
Fizemos um valueing amplo: Capacidade futura de trabalho,
propriedades, direito a aposentadoria, etc. Executamos bens, direitos e capital
futuro, aportado como bens da empresa.
Portocalis: - Milhões ficaram sem nada?
Não, já não tinham quase nada, antes. E quando colocaram o que
tinham, não dava nem para a dívida. Sabe, gente que não produzia nem para
manter a si mesmo? Gente pobre, doente, com defeito na cabeça, na perna, que
nem o corpo servia para ser vendido.
Portocalis: - Na prática, foram excluídas quase 50 milhões de
pessoas? Agora sem Cidadania?
Excluiu de uma execução judicial. Salvamos milhões do SPC. Castigamos
esta carteira podre. Mas, todos mantiveram a cidadania que tinham. Não era
minha culpa se ela não valia nada mesmo.
Bem, o espírito bom do brasileiro falou mais alto e oferecemos
uma saída: um write off, um perdão de
dívida, em troca da saída voluntária do negócio.
Portocalis: - Então houve o Dia da Expropriação?
Este nome foi dado pelos terroristas do PSOL! Não, o segundo passo
for reestruturar o business.
O que o Brasil tinha de valor era espaço, terrenos com frente
para o mar, terrenos de florestas, reservas de recursos naturais, minérios,
solo, gente, etc. Aportamos tudo o que foi recebido como pagamento da dívida e
o que era antes chamado de Público.
Oferecemos uma troca de ações. Entre os que conseguiram pagar
a dívida, ou a trocaram por dívidas privadas com outros, dividimos as ações
equanimemente entre os que ainda estavam no negócio. Os que não, puderam trocar a cidadania do
Brasil antigo por um salvo conduto.
Portocalis: - E, então houve o Dia do Aporte?
Management, baby. Terceiro passo.
A empresa nova precisava crescer. Lançamos um aumento de
capital, algo básico demandando menos de 5oK, por acionista, tudo debitável dos
bonds e obrigações que ainda estavam na praça. Veja, por exemplo: Algumas
obrigações como as aposentadorias de altos funcionários públicos, juízes,
promotores, oficiais graduados, etc. foram quitadas com lotes de ações. No
final, todos felizes.
Todos os que passaram pela quitação da dívida nacional,
puderam participaram. Alguns preferiram vender suas ações.
Portocalis: - Preferiram? Tinham opção?
Todo mundo é livre para vender e comprar. Alguns preferiram só
vender.
Ainda somos uma S.A. Não queríamos um mercado fracionário que
desvalorizaria as ações. Exercemos o gold
purchase right. Governança 101.
Portocalis: - 70 milhões terminaram excluídos nesta etapa?
O número exato não me lembro, só ver no year report.
O mercado é implacável com quem está a descoberto. Os que
estavam capitalizados reforçaram suas posições. Mas, ninguém saiu sem nada.
Portocalis: - No final, 76% do território está sob controle da
Brazill Inc.
Foi a parte que correspondeu ao funding.
Brazill Inc é a maior empresa focada em Asset Manager do
mundo. Temos fundos de investimento e gestão que cobrem mais de 7.000.00 Km2.
A massa falida foi convertida em enclaves. Tudo Transparente e
auditado.
Os shareholders com lote padrão mínimo de PNs ganharam um
living-partner. Cada determinado lote de ON’s, dá direito a um living permit. Todos
tiveram opção de manter suas propriedades anteriores ou transferi-las para
Fundos Imobiliários na Brazill Inc.
Todo o território foi organizado em Condomínios, que
substituíram os municípios, cidades, estados.
Menos de 100 condomínios urbanos no lugar dos 6000 municípios
de antes. Muito mais racional. Tem condomínio ao Sul, ao Norte, na costa, no
interior. Para todos os gostos. Condomínio free-smoking, free-gun,
free-Children. Para quem gosta de tédio, tem até um Condomínio Free-Fun, onde
funcionava Curitiba.
Veja o exemplo do maior deles, SP Ville, tem algo como 3
milhões de pessoas, divididos em subcondomínios, do Ville 0 a Ville 200. Ainda é um desafio logístico. Às vezes
acontece um congestionamento? Mas, é de SUVs lindas e brancas.
A administração da vida é toda privada e descentralizada nos
sub condomínios, por faixa de metragem das moradias, e áreas comuns.
Todas as vias de acesso concedidas são VIP lanes e não têm a
mistura que você encontra na sua Europa, por exemplo.
Áreas antes improdutivas, hoje são espaços de lazer. O campus
da antiga USP é um lindo parque e por um fee módico, os condomínios usam para
correr, nadar, brincar de esconde-esconde entre montes de livros inúteis de
humanas.
Assim, Brazill é descentralizado e privatizado 100%.
Não somos o primeiro mundo, somos outro mundo. Outro mundo é
possível, indeed.
Portocalis: - O Sistema político?
Não existe. As cidades ou as demais áreas, divididas em
condomínios rurais, turísticos ou industriais, são administrados por síndicos e
empresas concessionárias. O síndico é eleito na assembleia, onde cada proprietário
vota proporcionalmente a metragem que tem. Cada condomínio trata da segurança,
portaria e infraestrutura comum. Há taxa de condomínio. Abolimos impostos para
shareholders. Cobramos fees pelos permits
só de estrangeiros.
Os espaços entre os condôminos são concedidos pela Holding, Brazill
Inc., e administrados através de concessões privadas. E os condomínios e demais
concessionários pagam uma taxa pelo uso da terra para a Brazill Inc. Já quem
vive de fee, paga royalties. Tudo transparente. Um win-win.
Portocalis: - E os serviços públicos?
Vocês que são de países europeus talvez tenham alguma boa
experiência com isto. Este conceito nunca funcionou aqui. Abandonamos esta
ideia importada. Tudo é privado. Nada é público. Nada é coletivo, exceto
jardinagem, segurança e portaria.
Estradas, ruas, áreas de lazer, etc. Zonas rurais ociosas ou
que haviam sido devolvidas pelos antigos donos para pagarem suas dívidas foram
reincorporadas ao patrimônio e vendas ou concedidas a empresas agro ou a outras
que sublocam. Criaram o primeiro uber land. A pessoa aluga um terreno e produz.
Portocalis: - Mas, isto era usado na idade média.
Fizemos uma inovação. Hoje é controlado por app
georreferenciados.
As concessões de áreas inter urbanas respondem pela infraestrutura
de transporte e sua segurança e subconcedem zonas para malls, fazendas e
outros.
Princípios efetivos e simples, não existe nada público. Não há
nada gratuito.
Portocalis: - Até na bandeira...
There is no free lunch! Genius, não? Demos a primeira bandeira-Logotipo do
mundo. Romerinho quem fez. Um luxo! E
está na nossa Constituição também.
Bandeira de Brazill Inc.
Portocalis: - Os Partidos políticos foram banidos?
Como não há mais espaços públicos e políticas públicas para
discutir, não precisamos de partidos. O povo ficou feliz, ninguém gostava dos
políticos, mesmo.
Agora, há consórcios de Shareholders, algo muito mais
business.
Alguns antigos partidos religiosos viraram franquias e
competem entre si por modelos e condomínios, como o Pink & Blue.
Portocalis: - Escola de Idiomas?
Não. Condomínio Gospel, onde meninos usam azul e meninas,
rosa. Todo rodeado de goiabeiras e antas, muito interessante. É um mercado
dinâmico.
Democracia? Parlamento?
Temos uma Bolsa de Valores, onde os grupos que gerenciam
condomínios, formam consórcios e disputam.
E há a Assembleia da Brazill Inc. Todo ON vota, segundo seu
patrimônio. E elege o Conselho, que nomeia um CEO e os demais executivos. Nada
de presidente, ministro, cargo de confiança. Simples e empresarial. Não
performou, demitimos e substituímos. No nosso time, só player de primeira.
Brasília ganhou uma utilidade, é um Condomínio Hípico, Haras,
Campos de Pólo, Jóquei e soja no entorno.
Portocalis: - Falaste dos condomínios. Mas, os que ficaram
para trás? Tanto depois do acerto da dívida, quanto do aumento de capital?
Fizemos nosso benchmarking. Israel 2010, Alemanha 38,
Luxemburgo 80, Dubai 2015. Sabe? Pegando as ideias e corrigindo pequenos
desvios aqui ou ali.
Portocalis: - Os enclaves dos que foram expulsos por não
conseguirem quitar sua parcela na dívida pública?
Os que receberam o write-off, que não haviam conseguido
participar da reorganização da dívida e não tinham como arcar com nada, sabe,
este pessoal que não servia mesmo para coisa alguma, não foram totalmente
esquecidos. Para não gerar um problema de PR, criamos uns 20 enclaves para
eles.
Portocalis: - Braza.
Esse foi o nome que eles se deram. Infelizmente são espaços de
rancor, terroristas, gaysistas, machonheiros, quilombolas, povo de centro
acadêmico, gente que usa calça de cintura baixa com barriga e toda esta gente
pobre de esquerda. Coisa de ONG. Não mantemos nenhum tipo de relação
diplomática-comercial com eles.
Mas, pessoas caridosas mantém alguma troca humanitária com
eles, através de alguns autorizados.
Portocalis: - Humanitária?
Sim., doações de alimentos e outras coisas, em troca de
humanos. Há um bom mercado para sangue, órgãos e humanos para diversão ou
comida exótica. Mas, o livre comércio é assim, decide o quem compra, o que
vende e nos termos de troca. Não endossamos, mas respeitamos.
Portocalis: - Canibalismo?
Canibalismo, pelo nosso dicionário, é roubar cinzeiro de
hotel. Há novas gastronomias, que buscam sabores inusitados. E buscam isto em
Braza, que tem fama de carne com pouca gordura, terneiros e baby beef.
Portocalis: - E isto é ético?
Não interferimos em assuntos de foro íntimo. Você acha que
somos como estes comunistas, que ficam ditando regras para as pessoas? Give me a break.
Portocalis: - Brazill isola os moradores de Braza? Há relatos de que as
condições de vida lá são terríveis, fome, epidemias, caos.
Apenas cuidamos para que não invadam a propriedade privada da Brazill
Inc. Se querem ir para para Bolívia ou outro lugar, podem pedir um
salvo-conduto, a um preço módico. Mas, não vamos dar passagem de graça.
Se eles têm caos? O que você esperaria? Pobres, ongueiros? Tem
até petista lá? Você achava que iriam se comportar como gente? Esta ingenuidade
politicamente correta é que vai afundar a sua Europa. Eu vejo aquelas pessoas e
penso: Um preservativo teria evitado tanta merda Mas, Braza para nós é outro
planeta. We don’t care, como diz nossa bandeira.
Portocalis: - Mas, tem enclaves de Braza a meia hora de Saint
Paul Ville. No
nosso planejamento estratégico já fizemos uma provisão para resolver isto. Os
termos do contrato permitem a Brazill Inc troque as áreas e transfira estes
enclaves. Há estudos racionalizar estes enclaves em áreas mais distantes. Estamos
comprometidos em abrir novos empreendimentos e dar mais espaço vital para
nossos shareholders. Vamos esperar que a população caia naturalmente, para
diminuir o custo de realocação.
Portocalis: - Naturalmente? Há relatos de que são feitas
sessões de tiros para matar pessoas que vivem em Braza.
O pessoal do nosso security, todos de Brazânia, só faz
contenção.
Mas, há uma concessionária de entretenimento, Witzel Faixas e Fuzis, que têm torres de
snipers, de onde se pode atirar.
Portocalis: - Mas, se a pessoa acerta crianças ou idosos?
É punida. Perde o jogo e tem que pagar a cerveja depois.
Portocalis: - A vida humana não tem valor?
Valor é um conceito utópico. Tudo tem preço. Por isto, cada um
deve cuidar da sua vida, já dizia Abraham Lincoln.
Portocalis: - A Brazill Inc criou outros enclaves também...
Sim, para que os acionistas minoritários
da massa falida, mas com positive prospect income, alguma atividade laboral,
algum meio de produção e, portanto, com possibilidade de quitarem suas dívidas.
A Brazill Inc arcou com uma infraestrutura básica para eles.
UM DOS ENCALVES DE BRAZA,
Á BREIRA DE UMA VIA DE MANUTENÇAO, NO BRAZILL.
Portocalis: - Mas, só um muro foi construído.
Mentira destes esquerdistas Noruegueses, destes gaysistas
canadenses, destes maconheiros californianos. Inveja porque aqui somos ricos do
que eles, agora. Fizemos muros que permitissem a segurança deles. E eles
pagaram, como Donald faria.
Estes enclaves decidiram criar uma cooperativa, sabe como é,
este povo gosta destes nomes de humanas. Passaram a se designar Brazânia.
Temos uma relação produtiva com eles. O Presidente Marcola e o
Comandante Flavinho, um tipo de COO por lá, são sócios nossos em vários empreendimentos.
Portocalis: - E os Direitos?
Direito é free lunch,
baby. Em Brazill, não acreditamos nisto. Não há direitos. Há conquistas,
obtidas com seu dinheiro suado ou herdado. Sem preconceitos.
Em Brazânia, vejo que eles trabalham com um sistema de
meritocracia também. É um pouco diferente, mais direto. Mas, no final, quem tem
méritos para sobreviver, sobrevive.
E os moradores de Brazânia parecem se divertir. Eles têm música,
churrasquinho de rato na laje, futebol e carnaval. Deixamos até algumas áreas para atender ao
turismo e lazer deles. Umas, com vista para o mar, Maricá, Praia Grande, etc. E
por uma taxa muito razoável, os moradores de uma Unidade de Brazânia podem sair
e usar estradas de serviço para chegar a estas áreas.
Muitos Shareholders são donos de negócios em Brazânia, desde
serviços financeiros até alimentos. Ajudam muito a economia local. Várias de
nossas concessionárias e locatárias atuam lá também. Brazânia é beneficiada
pelo empreendedorismo promovido pela Brazill Inc.
Ninguém diz, mas há uma dinâmica social. Há moradores de
Brazânia que, por seu grande empreendedorismo como lutadores de UFC compraram até
permits. Outros, ficaram ricos, mas
preferem ficar por lá, onde ficam mais à vontade, entre seus iguais.
Fizemos um acordo de livre comercio com Brazânia e seus
moradores, podem entrar no Brazill, com um passe de trabalho, desde que
retornem à suas áreas, quando não estão trabalhando. Brazânia se beneficia
muito do sistema de Job pass.
Portocalis: - Conte mais sobre o job pass.
É genial. Um estrangeiro de um país com o qual tenhamos
contrato, Brazânia por ex., tem um passe que dá direito a ele vir trabalhar e
transitar, nas vias destinadas a empregados. Sem passe, fica em Brazânia!
Simple as that. E tem um dress code para não atrapalhar a vista.
Se um shareholder quer ter um estrangeiro vivendo no
condomínio, ele faz um sponsorship e paga um nigh-and-day pass. Não somos radicais. Desde que ele mantenha seu
sponsored fora das áreas sociais. Os condomínios são exclusivos para shareholders
e permitters. Sabe aquela coisa da
Disneyworld, que a gente não vê os empregados, onde os carrinhos de lixo, não
aparecem? Aqui também fizemos isto, ficou lindo. E melhor do que a Disney,
porque não há fila. Só a VIP. Os empregados circulam em vias operacionais que
ficam ocultas por lindos bambuzais, murais de LCD com frases motivacionais da
Clarice ou grandes outdoors de grandes pintores como Romero Brito e Adolf
Hitler.
E Leis trabalhistas?
Meu Santo Louis Vuitton! Isto é mais fora de moda do que
bambolê. Vocês europeus são velhos,
mesmo! Aqui não tem anda disto
O empresário entra em um sistema, seleciona o que quer
contratar: aplica os filtros que lhe convém. Homem? Mulher bonita? Experiência?
Aparecem os candidatos, ele pode ver as estrelinhas que os outros empregadores
deram a esta pessoa, e ele faz uma oferta. Quem aceita, automaticamente firmou
o contrato e ganha o job-pass, pelo
tempo correspondente e vinculado às rotas que terá que fazer. Recebe o
combinado, já descontado um imposto pelo uso das vias de trabalho e as dívidas.
Portocalis: - Uber?
A diferença é que não tem cliente pobre, hahaha.
Portocalis: - Há acusações de
trabalho escravo, através do job pass
Escravo? No way! Se fossem nossa propriedade.
teríamos que cuidar melhor deles. Estamos na época da economia do
compartilhamento. Para que ter um escravo?
O que acontecer é que os
moradores de Brazânia para se inscreverem no job passa precisam de um
certificado básico. Sabe, Educação? Aprender a servir uma mesa, a dizer Sim
Senhor, a não ser um canibal que rouba cinzeiro de hotel, a respeitarem as
normas de Brazill. E eles usam crédito para estudar. Se querem fazer outros
cursos, alfabetização, esteticista, mecânico, etc. mais crédito. Se querem ir
ao posto de saúde, também se alavancam, etc.
Quanto mais cursos e melhor
saúde, mais chances terão de obter um job-pass. E empresas de shareholders e/ou
sediadas em nossos condomínios empresariais provem tanto os serviços quanto o crédito.
Depois, a dívida é descontada
diretamente no job pass. Limpo,
justo.
Portocalis: - E se a pessoa
não pagar?
Temos um índice de
inadimplência muito baixo, em Brazânia.
Comandante Flavinho tem um
serviço de recuperação de créditos excelente e tem convênios com muitas
empresas de Brazill Inc. O know-how dele é tão bom que todo mundo paga. Todo
mundo que quer ficar vivo, pelo menos hahaha.
Portocalis: - Há denúncias que milícias controlam Brazânia e
que elas teriam ligações com shareholders da Brazill Inc.
It is not our business. Brazânia criou seu
autogoverno e nós não interferimos nos negócios de outro país.
E os negócios de nossos shareholders também são assuntos
deles. O princípio liberalizante do WE DO NOT CARE ou FODA-SE o mundo, se você
quer uma tradução mais pobre hahahaha.
Agora, se você quiser perguntar isto diretamente ao Presidente
Marcola ou ao Comandante Flavinho, vá em frente hahaaha.
Portocalis: - E as acusações de estupros recorrentes a job-pass,
em Brazill?
Estupro é invasão de propriedade. Levamos isto à sério.
Agora, o dono é o responsável primário por proteger seu asset. E se não conseguir? Pode pedir uma
compensação, proporcional ao valor do asset
invadido, para reparar os danos à sua propriedade.
Portocalis: - Há reclamações sobre o sistema de justiça que
seria muito leniente com uns.
Sistema? Não temos leis, nem um sistema de justiça. Isto é
paradigma ultrapassado. Tudo está definido nos contratos. E há um Conflict Resolution Business. Arbitragem
privada. Se não há acordo na escolha de uma, há um sorteio.
Os Condomínios fiscalizam as normas deles, aplicam as multas
que queiram. Nosso setor de compliance só
entra em assuntos constitucionais ou inter-condominiais.
Não há presídios, tudo é muito mais prático, multa para quem
pode. Banimento ou morte para quem não pode.
A punição mais usada para estrangeiros, como os de Brazânia, é
a multa seguida de suspensão, provisório ou permanente, do sistema de job pass. Podem ser punidos estrangeiros
que desrespeitam normas de condomínio, questionem nossa constituição basic, ou ainda, rompam seus contratos com
shareholders. Alguns são punidos por faltas graves como: reclamar com o patrão,
pedir aumento de salário, trabalhar desanimado, contar problema da família, etc.
Além da multa e suspensão, o estrangeiro pode ser exilado para
Braza, caso o shareholder queira e pague a realocação, feita em um convênio
entre Brazill Inc e o Cdte. Flavinho.
Portocalis: - Mas, e as execuções?
Não há execuções. Se algum permiter,
ou job pass holder ferir um
shareholder, a família pode escolher se ele será morto ou expulso para Braza,
depois de ter uma multa de 1000% de todos os bens pessoais e da família.
Se um shareholder mata ou fere um permiter, tem que indenizar também, proporcionalmente ao valor de
quem foi ferido. Sempre digo: “Tem que ter cabeça fria, antes de atirar.
Confira o seu limite de cartão, baby!” Um tiro pode levar uma família a
falência.
Acreditamos na meritocracia. Alguns têm o mérito de nascerem
brancos, em famílias ricas e terem amigos influentes. Mérito deles.
Nosso sistema incentiva a meritocracia. Quanto mais rico você
for, mais seguro estará. porque sua vida tem um preço alto. Sua melhor proteção
é seu asset, baby.
Portocalis: - Mas, quando a vítima é de Brazânia?
Não há vítimas de Brazânia. Se uma pessoa de Brazânia apanha, ela
pode até não saber o porquê, mas sabe que mereceu.
Um shareholder pode matar, ou contratar a morte, de uma pessoa
de Brazânia? Sim, se isto decorrer “de
escusável medo, surpresa ou violenta emoção”. Ele mesmo se julga, por um
app, Self-Judgement. Coisa up!
Portocalis: - E fica por isto?
Não. Além do custo de remoção do cadáver e multas por limpeza,
que variam de acordo com o condomínio, a pessoa será responsável por pagar as
dívidas que o executado tenha com outros shareholders.
Notícias mostram que vida nos Condomínios de Brazill Inc. não é
o paraíso. Há problemas de violência
entre os shareholders.
Muito se fala, mas é exagero. Questões entre shareholders são
decididas patrimonialmente.
Agora, cada condomínio é livre para determinar as regras para
uso de armas dentro dele. Acontece de um esquentado descarregar sua metralhadora
em uma festa? OK. Mas, isto é questão de a festa ter melhor secutiry x-ray,
não?
Portocalis: - E notícias de suicídios, assassinatos e exílios
dentro de familiais de shareholders e permitters?
Again, baby. Acontece? Mas, assuntos
entre shareholders são resolvidos por ele mesmos.
A família cresce, maus negócios diminuem o patrimônio a ponto
de arriscar o share mínimo. Ou uma
família de 5 living permits, só faz
renda para renovar o permit de 4. Então a família faz um downsizing. Algum “idoso babão” dança? E na bala? Dança.
Algum filho que não tenha um bom prospect, tipo artista de bike dobrável, veganos,
ou seja, um liability é enviado para Portugal? Sim. Novamente, free Market, baby. Nada se
pode contra ele.
Portocalis: - Living permitters são shareholders originais que
tiveram que vender a cidadania? O número e shareholders vem diminuindo?
Difícil para você entender. Primeiramente, não há cidadania,
coisa de países old model. Em Brazill
Inc, há Living Permit, pago
anualmente, ou Partner Permit, que os shareholders têm e é vinculado a um lote
mínimo de ON’s. Estes não precisam pagar nada além as taxas de condomínio, onde
vivam.
Temos até pets que são shareholders por herança. Somos muito
inclusivos e avançados.
Com os sucessivos aumentos de capital, com os fees da vida Triple A. nos condomínios, o jogo foi ficando mais pesado. Então
gente que tinha lotes menores foi vendendo e preferindo comprar um
living-permit anual, que vem junto com a taxa do condomínio. Mercado é
assim.
O living permit anual é tão bom que quase 50 milhões optam por
paga-lo. Mas, Shareholders atualmente são em torno de 20 milhões.
Portocalis: - Living-permitters são tratados como
estrangeiros?
Não. Estrangeiros com recursos para comprar ações podem ser
shareholders. Não somos xenófobos, oh Mamon! Se um russo, um chinês quer
comprar um share. Será um igual. Os que shareholders são sócios. Os que tem
living-permit são tratados como usuários. Se pagam, ficam.
Portocalis: - E se não conseguem mais pagar?
Tem a opção de renegociar dívidas. No fim, sem um living
permit, vão para outro país, Brazânia ou Suazilândia. É problema de cada um.
Portocalis: - E as acusações de controle de população via
taxas?
Não controlamos nada. Oferta e procura. Tem muita gente
querendo o permit? Aumenta o preço.
Controle é Fakenews propagadas pelos esquerdopata exilados em
Paris, discípulos do Vagner Moura e do Chico Buarque, que compraram
apartamentos em Paris, no meio daqueles imigrantes fedorentos, com recursos
desviados da ONU.
Portocalis: - A ONU está em processo de reconhecer o direito
de Braza à soberania. Enquanto a Brazill Inc. segue sem reconhecimento e fora
do sistema internacional.
Eles gostam de Braza? Levem pra casa. Transplantem para a
Noruega. We Don’t Care. Mas, se algum
coletinho ou capacete azul quiser usar nossa propriedade ou espaço aéreo para
acessar Braza, vai virar estrelinha no memorial da sede da ONU.
Não somos isolacionistas. Fazemos parte do Clube Paineiras, do
Foro de Davos e do LIDE. Mas, a ONU? Para que? É um lugar muito misturado, tem gente de
turbante, gente de muitas cores diferentes. É um lugar ultrapassado, de
petralhas, falta um Business Focus e critério de filiação mais exclusivo. Não
gera profit.
Portocalis: - A própria
ONU denunciou que a Brazill Inc desrespeita a Ecologia.
A ONU faz parte da URSAL e do Foro de São Paulo.
Portocalis: - O Foro de
São Paulo nunca foi mais do que um documento e a URSAL apenas uma brincadeira irônica,
inventada em um artigo.
Isto é o que todos os esquerdopata dizem. Todo mundo sabe. Eles
disseminam as Fake News de aquecimento global.
Aqueceu? Coloca ar condicionado. Quanta ignorância!
Somos ecológicos e amamos paisagismo. Amazônia é um dos
empreendimentos mais top que temos. Há uma série de fundos de private dedicados
a ela. Havia uns grupos pré-históricos lá que insistiam em propriedades sem
lastro cartorial, e se diziam indígenas. Eles foram transferidos para um
enclave de Braza Jungle, campeão de
área de safari, hoje.
Matam índios, segundo denúncias.
Se alguém entra na frente da onça, bem na hora do tiro, que
culpa tenho eu?
Temos apenas um planejamento racional. Conseguimos finalmente
ter um sistema de soja extensiva, tratores autodirigidos por satélites.
Sementes sofisticadas. Um luxo.
E, onde não dá mais soja, nem pasto, houve a locação para um
excelente eucalipto adaptado ao clima, líder global, hoje.
E ainda deixamos um parque de ecoturismo. Tem até rollercoster
com uns dinossauros que parecem reais. Você já foi? Deveria, é concedido para a
Universal.
Portocalis: - A mesma dos parques temáticos, filmes?
Não. A Igreja Universal, a líder em entretenimento em Brazill.
E para que nenhum amante de samambaia reclamasse, ainda,
reservamos 10% como área verde. E vendemos captura de carbono. Somos muito socio-
ambientalmente responsáveis. Temos prêmios que nós mesmos nos concedemos.
Portocalis: - E a destruição do ecossistema de Fernando de
Noronha?
Agora chamamos somente de Fê. Fê Island. Noronha era muito
difícil para os gringos pronunciarem. A ilha é um Megaresort meio natureba,
cheio de pousadas de charme, e está licenciado para a Huck Cruzeiros. Melhor falar com eles. Os golfinhos sumiram das
praias? Talvez. Mas, eles fizeram um aquário com outros golfinhos. Lindo.
Portocalis: - Brazill é racista? Há um processo de embranquecimento?
Acusações dos concorrentes. Desde que empresas mudaram
fábricas do Vietnam para nossos condomínios industriais, esta campanha se
aferrou. Se o Vietnam tem paradigmas não competitivos, como salário mínimo e
jornada máxima, problema deles. Aqui, tudo é o contrato, nada mais. Somos pela
diversidade. Temos gays lindos e loiros,
há jogadores de futebol negros, nas festas. Há um grupo que incentiva a adoção
de crianças pobres da Suécia.
Alguns shareholders têm linhas de crédito para living year permits e direcionam os fundos só
para brancos loiros? Free will. Se eu excluir os brancos, seria racista também.
Portocalis: - Há relatos de que a liberdade de expressão vem
sendo atacada em Brazill.
Mentira dos chineses, que não conseguem competir conosco
porque limitam a poluição do ar. Imagine só? É só colocar um ventilador que a
poluição vai embora e cai no final da Terra. Esta ideologia da poluição é coisa
dos Terra-Esferistas, gente do mal. Tem um vídeo no Youtube que mostra. Já viu?
Há liberdade. É que seguimos à risca o There is No Free Lunch, baby.
Quer falar o que pensa? OK. Pague por isto. Desagradou algum pé rapado?
Sai quase de graça. Mas, sua opinião incomoda a shareholders? Pague mais.
Qualquer um pode falar o que quiser, desde que tenha cash para
cobrir.
Portocalis: - E denúncias de corrupção? Houve uma reclamação
de que a empresa de seu filho tem ganhado vários contratos recorrentemente.
Sabe o melhor de sermos uma empresa fechada? Eu não devo
explicações para você. Quem a empresa contrata ou não é problema da Assembleia.
Tem acionista que joga contra, mas mesmo assim é um assunto da
empresa.
Portocalis: - Por que Esportes, Educação, artes e literatura
entraram em decadência?
Não vejo assim.
E há uma vida esportiva vibrante. Polo, Tênis e UFK com
moradores de Brazânia.
Portocalis: - Não é UFC?
Inovamos, como tudo. Aqui, a luta termina com um morto ou os
dois, hahaha. Então é Ultimate Fight
Killing mesmo. E tema nossa BFL, com o meu Vineyards Blonds que massacraram os
All Saints Bay ontem, no Doria Arena, onde antes tinha o Pacaembu.
Portocalis: - E Educação?
Nossas escolas inovaram: Aboliram o professor. Professor dá
muita manutenção, faz greve, quer chamar a atenção dos nossos filhos. Deixaram
apenas babás. E eliminaram também a coisa de ficar estudando artes clássicas ou
literatura, estas coisas de viado. O
currículo básico nacional é: Tiro, Excel, Gerenciamento dos outros, e BBS,
porque os estudantes também precisam e soft skills.
Portocalis: - BBS?
Beauty, Balada e Sacanagem. Com esse currículo, a elite tem
tudo o que precisa.
Temos universidades lindíssimas, envidraçadas, com jardim,
ginásios, estande de tiro, com multimídias holográficos de última geração. Dá
até vontade de ir. Mas, se não tiver, pode receber o diploma também, mediante
um adicional. Cursos como Business, Contratos, Educação Física, Psciologia e
Decoração de Interiores estão em alta. Tem menos cursos de engenharia,
medicina? Mas, é mais barato comprar engenheiros chineses e médicos russos.
Agora, os críticos queriam o quê? Que tivéssemos curso de
Sociologia? Faculdade de Saúde Pública? Ou ainda, Pedagogia ou Serviço Social?
Estas coisas de pobre só geram pobreza.
Estamos sem artes? Que absurdo! As artes úteis e de pessoas de
bem florescem. Veja a dupla de música clássica Lobão e Fabio Junior? Arrepia. Temos
3 Lollapalooza por ano. A únicas versões do mundo onde 100% do show é área VIP.
Alok toca em quase toda festa de aniversário de shareholder.
E as letras vão bem. Há sempre livros maravilhosos de como
ficar mais rico, mais magro, mais feliz. O presidente da Academia Brasileira de
Letras Sagradas (Nota da Repórter: o nome
foi mudado depois que a maioria dos imortais passou a ser de padres e pastores),
Kin Kataguri acaba de lançar 3
compêndios com suas memórias, 800 páginas., 780 de fotos lindas.
Estas acusações são é choro de viúva do Chico Buarque. É que
tinha muita coisa produzida aqui, que não servia para nada. Quem sente falta de
cinema de arte? Qualquer sonífero faz o mesmo efeito e mais rápido. O Brasil
antigo insistia em fazer filme brasileiro, por exemplo. Só tinha pobre, coisa
horrível. Era bad advertise. Hoje, nosso cineasta mor, o Frota, tem um espaço
destacado que domina o Market-Share na categoria “pornô-religioso”, falado em
inglês. Bem tem pouco diálogo, mas diálogo é coisa de esquerdista.
O resto que precisarmos de cultura, a gente compra em Miami ou
na lojinha do Louvre.
Portocalis: - 10 anos de Brazill em uma declaração final...
Quebramos paradigmas.
Brazill Inc administra o primeiro país sem impostos, sem taxas
de comércio.
Os 20 milhões de Shareholder do Brazill têm a melhor renda per
capita do mundo, ninguém mais usa pochete nas ruas e em Maresias faz 10 anos
que ninguém vê um pobre farofeiro.
Os shareholders do Brazill podem ganhar mais no rendimento de
suas ações do gastam com condomínio. Então, o Brazill é o primeiro país do
mundo eu dá lucro para seus participantes.
Para seguir crescendo 8% a.a. vamos concentrar mais os
enclaves para abrir novas áreas industriais. Alienaremos parte da operação, que
não se encaixa no business. Chineses têm interesse em comprar Roraima e Israel
está pensando em alugar Magé para colocar os palestinos lá.
E ampliaremos. Fizemos uma oferta de take over das Ilhas
Cayman. Os Shareholders têm uma ligação afetiva com o lugar, traz boas
lembranças.
E estamos prontos para compartilhar nosso modelo com o mundo,
criamos uma divisão de consultoria para isto. Antigamente, chamávamos de
Itamaraty. Nome de índio. Um horror! Hoje, é Brazill Fransiching Inc.
Portocalis: - Meu resumo
seria outro: Brazill. A Classe A. AA e AAAAAH, agora se chama shareholder e é
dona de tudo. Vive em Condomínios isolados, faz suas próprias regras, intocada e
cada dia mais rica. Dividem alguns espaços com paying permits, a antiga classe
B, que podem dançar se não fizerem o suficiente para a taxa.
As classes C e D foram
enclavadas em áreas muradas, Brazânia e só entram no Brazill para trabalhar por
qualquer trocado. Não há nenhum direito e tudo e regulado por contratos entre
partes totalmente desiguais.
A classe E foi encarcerada
em Braza e só e usada como fornecedora de carne e órgãos.
Mas, isto me parece o
mesmo Brasil de antes, apenas mais descarado.
Para uma mulher, você até que pega as coisas rapidamente.